Autora: Monica Piovesan
De
acordo com o dicionário, preconceito é definido como opinião ou conceito formado
antes de obter o conhecimento adequado acerca de determinado assunto. Pode ser
definido também como opinião ou sentimento desfavorável, concebido independente
da experiência ou da razão. Ainda, em sociologia, é a "atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos". É nessa última definição que esse texto estará
focado. Nesse sentido, observa-se que nenhum tipo de preconceito é mais
importante que outro e todos eles envolvem algo em comum, o sofrimento das
pessoas ou geralmente, de pequenos grupos de pessoas.
Geralmente
quando um desses grupos minoritários alcança algum direito, garantido por lei,
existe a reação de pessoas preconceituosas com várias justificativas para
invalidar essa conquista. Recentemente nos EUA o casamento gay foi aprovado,
certamente um enorme passo em direção à tolerância e a igualdade. Esse deveria
ser motivo de comemoração, afinal, por que devo me intrometer na felicidade dos
outros, sendo que independente da forma de AMOR, não está fazendo mal nenhum
para outros seres vivos?
Justificativas
contrárias a essa questão foram desde religiosas até apelo à fome de pessoas ou
outros animais, abandonados nas ruas ou em países pobres. Quanto às
justificativas religiosas, vale ressaltar que muitas coisas escritas nos livros
considerados sagrados estão ultrapassadas e são totalmente desumanas. A título
de exemplo, se considerar a união de duas pessoas do mesmo sexo errada perante
os olhos de deus, poderíamos considerar a escravidão como algo bom, pois ambos
os assuntos possuem respaldo na Bíblia. Respectivamente Levítico 18:22 “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher;
abominação é.”e Levítico 25:46 “Deixá-los-eis por herança a vossos filhos
depois de vós, para que os possuam plenamente como escravos perpétuos. Mas,
quanto a vossos irmãos, os israelitas, não dominareis com rigor uns sobre os
outros”.
Com relação à questão da fome, sabe-se que é de
extrema importância, porém esta não depende apenas da empatia para resolução.
Envolve um sistema econômico baseado na má distribuição de renda e desigualdade
social, onde empresas e governos detêm riquezas que não são distribuídas
igualmente entre os países.
Ao longo do texto a palavra empatia aparece, mas o
que ela significa? Empatia nada mais é do que a capacidade de se colocar no
lugar de outra pessoa, buscando agir e pensar da mesma forma como ela agiria
nas mesmas circunstâncias. Então, não é preciso ser negro para
lutar contra o racismo, não é preciso ser mulher para defender igualdade de
direito e deveres entre os gêneros, não é preciso acreditar ou desacreditar em
uma (ou várias divindades) para defender um estado laico, não é preciso ser
índio para perceber como as terras histórica e tradicionalmente ocupadas por
estes povos estão sendo degradadas. Finalmente, não é preciso ser gay para
aceitar qualquer forma de amor.
Para ampliar esta multifacetada discussão sugiro:
ResponderExcluirhttp://saudepublicada.sul21.com.br/2015/06/29/homossexualidade-religiao-psiquiatria-uma-evolucao-6/