domingo, 28 de junho de 2015

Preconceito e igualdade


Autora: Monica Piovesan

De acordo com o dicionário, preconceito é definido como opinião ou conceito formado antes de obter o conhecimento adequado acerca de determinado assunto. Pode ser definido também como opinião ou sentimento desfavorável, concebido independente da experiência ou da razão. Ainda, em sociologia, é a "atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos". É nessa última definição que esse texto estará focado. Nesse sentido, observa-se que nenhum tipo de preconceito é mais importante que outro e todos eles envolvem algo em comum, o sofrimento das pessoas ou geralmente, de pequenos grupos de pessoas.
Geralmente quando um desses grupos minoritários alcança algum direito, garantido por lei, existe a reação de pessoas preconceituosas com várias justificativas para invalidar essa conquista. Recentemente nos EUA o casamento gay foi aprovado, certamente um enorme passo em direção à tolerância e a igualdade. Esse deveria ser motivo de comemoração, afinal, por que devo me intrometer na felicidade dos outros, sendo que independente da forma de AMOR, não está fazendo mal nenhum para outros seres vivos?
Justificativas contrárias a essa questão foram desde religiosas até apelo à fome de pessoas ou outros animais, abandonados nas ruas ou em países pobres. Quanto às justificativas religiosas, vale ressaltar que muitas coisas escritas nos livros considerados sagrados estão ultrapassadas e são totalmente desumanas. A título de exemplo, se considerar a união de duas pessoas do mesmo sexo errada perante os olhos de deus, poderíamos considerar a escravidão como algo bom, pois ambos os assuntos possuem respaldo na Bíblia. Respectivamente Levítico 18:22 “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é.”e Levítico 25:46 “Deixá-los-eis por herança a vossos filhos depois de vós, para que os possuam plenamente como escravos perpétuos. Mas, quanto a vossos irmãos, os israelitas, não dominareis com rigor uns sobre os outros”.
Com relação à questão da fome, sabe-se que é de extrema importância, porém esta não depende apenas da empatia para resolução. Envolve um sistema econômico baseado na má distribuição de renda e desigualdade social, onde empresas e governos detêm riquezas que não são distribuídas igualmente entre os países.
Ao longo do texto a palavra empatia aparece, mas o que ela significa? Empatia nada mais é do que a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir e pensar da mesma forma como ela agiria nas mesmas circunstâncias. Então, não é preciso ser negro para lutar contra o racismo, não é preciso ser mulher para defender igualdade de direito e deveres entre os gêneros, não é preciso acreditar ou desacreditar em uma (ou várias divindades) para defender um estado laico, não é preciso ser índio para perceber como as terras histórica e tradicionalmente ocupadas por estes povos estão sendo degradadas. Finalmente, não é preciso ser gay para aceitar qualquer forma de amor. 

Um comentário:

  1. Para ampliar esta multifacetada discussão sugiro:
    http://saudepublicada.sul21.com.br/2015/06/29/homossexualidade-religiao-psiquiatria-uma-evolucao-6/

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